sexta-feira, 16 de março de 2007

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…Começava assim o texto que quis escrever, naquela noite.
…O texto que começei a escrever, sobre aquela noite.

Aquela noite em que cheguei tarde a casa.

Aquela noite em que estava cansado e fui ao cinema, antes de voltar para casa, tarde; não muito tarde, mais tarde que nos dias anteriores, mais cedo do que realmente tarde; um “tarde” improvável, em que a casa ainda me esperava e eu já não me lembrava dela.
Aquela noite que não sei exactamente quando foi, mas da qual me lembro.
Aquela noite em que não havia mais nada, ninguém; só a casa.

Encontrei-o hoje, por acaso, dentro de um livro que ainda não li…
Ficou pelas primeiras frases… o texto que não existiu, sobre um momento que aconteceu (onde nada acontecia). O texto sobre nada… sobre chegar a casa e estar frio e ser tarde… e folhas brancas em cima da mesa, vazias.

4 comentários:

intruso disse...

[Encontrei hoje, também por acaso, este texto e o outro, que ficou pelas primeiras frases.
Guardei-os, de novo, dentro do livro]



[Não me lembro daquela noite.]

--- disse...

deixei de sentir a casa vazia,
desde que um animalzinho de 4 patas me adoptou!

(por vezes sinto falta dum espaço onde me possa abandonar sem interrupções...)

sonho disse...

"A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro."


:)



:)

Letras de Babel disse...

e do nada surgiu muito: o que está dentro de ti.

a casa já não estava só...


beijo, bonito j.

ou, o que é mais ou menos o mesmo, beijo bonito, j.