all i need

Radiohead, All I Need, InRainBows

In/out/in/out/in/out/in/out/in/out/in/out/in

Espelho meu

quem és tu que me gritas de dentro?
que me contradizes sem contrafazer...
porque não me rasgas a pele?
liberta-te no gesto, na palavra.
eu fico à espera, deste lado, sendo o teu espelho, o teu inverso.
mas não demores.
estou em risco de ser eternamente o contrário de mim.

Caminhos

Aquele caminho que ali vês não é o teu.
Já foi de alguém, é o seu rasto.
Pára!!
Não podes seguir um caminho já vivido.
Tens que abrir o teu caminho, rasgar a sola dos sapatos e o coração...

Deixa sangrar.
...espera só mais um pouco...vês?

Parou.

Podes continuar.
E não te preocupes com o sangue que deixas na passagem.
Ele conta a outros que nesse caminho já se viveu.

"Breakfast at varanda"

Ora...portanto...o Natal está quase aí e tal...

lost

Apart

Almocinho ao sol...e esta música a fechar...bela entrada no fim de semana...

encanto

apart

Love will tear us apart, versão por Nouvelle Vague

Cheers darlin'

"(...)The walls abandon shape(...)"

Just as you take my hand

Just as you write my number down

Just as the drinks arrive

Just as they play your favourite song

As your blather disappears

No longer wound up like a spring

Before you've had too much

Come back and focus again

The walls abandon shape

You've got a cheshire cat grin

All blurring into one

This place is on a mission

Before the night owl

Before the animal noises

Closed circuit cameras

Before you're comatose

Before you run away from me

Before you're lost between the notes

The beat goes round and round

The beat goes round and round

I never really got there

I just pretended that I had

What's the point of instruments

Words are a sawed off shotgun

Come on and let it out

Come on and let it out

Come on and let it out

Come on and let it out

Before you run away from me

Before you´re lost between the notes

Just as you take my mic

Just as you dance, dance, dance

Jigsaws falling into place

There is nothing to explain

Regard each other as you pass

She looks back, you look back

Not just once

Not just twice

Wish away the nightmare

Wish away the nightmare

You've got a light you can feel it on your back

You've got a light you can feel it on your back

Jigsaws falling into place

O

"A noite é a nossa dádiva de sol aos que vivem do outro lado da terra"

Provérbio, Terra de Harmonia, Carlos de Oliveira

80's_I

"I feel it all"

palavras

"(...) é o que diz Molero, há os que tomam o peso à palavra, os que lhe medem o comprimento e a altura, os que cheiram a palavra, os que espreitam para dentro dela, os que se empoleiram nela, os que a trazem às costas, os que a limpam constantemente, que a guardam avaramente na algibeira, que dormem com ela debaixo do travesseiro, que a colam ao céu da boca, que andam na rua com ela a dançar à frente dos olhos e depois dão com a cabeça num candeeiro, que tomam posse dela, de preferência à luz das estrelas, e depois deitam-na fora sem mais nem menos, esta palavra já está, agora venha outra, e há os outros, aqueles que amontoam palavras, caem-lhes palavras do bolso quando tiram o lenço com um gesto abrupto, e cada folha de árvore tem um nome, e cada grão de areia também tem, e as palavras que existem já não chegam, fazem palavras novas com tudo o que aparece, tiram palavras do ombro quando sacodem a poeira, e depois nascem palavras por geração espontânea, são já as palavras que se escrevem a si próprias, umas puxam as outras, nunca mais acaba, e há aquela história, um pouco à Kafka, do homem que se fechou por dentro enquanto as palavras se amontoavam do lado de fora da porta, espalhavam-se pela escada e chegavam à rua, apoderavam-se da cidade e do país, faziam pressão sobre a porta, o homem colocava cadeiras e mesas do lado de dentro para as palavras não entrarem (...)".

in O que diz Molero, Dinis Machado, Livraria Bertrand

e mudar de óculos, não?

...é normal ter percebido AGORA que há, neste blog, uma opção de texto justificado?!?!?!

era uma vez...

...à vinda para o trabalho passei pela praça, e lembrei-me das manhãs de quarta-feira, assim a começar o frio do Outono, em que ia às compras com a minha mãe e comprávamos sempre qualquer coisa para um de nós lá em casa, ou apenas passeávamos pelas tendas com roupas e bugigangas e a passagem obrigatória pela banca do peixe, que depois comíamos ao almoço, e o petisco da praxe....a fartura quentinha, acabadinha de fazer, a escaldar o céu da boca...e lembrei-me desta música, que ouvia em pequena, e que é a coisa mais ternurenta que eu sei lá...

"Tinha a morte dentro de mim. E é horrível estar grávido da morte."

António Lobo Antunes, revista Visão, edição nº 760, 27 Setembro 2007

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