terça-feira, 14 de outubro de 2008

casas 2

Às vezes tropeçamos em nós mesmos. Tropeçamos naquilo que já fomos ou ambicionámos ser. Quantas vezes uma limpeza não tirou da gaveta ou da caixa de correio electrónico a pessoa que éramos em determinada altura? Assim se tropeça nos sonhos e segredos que se tinham, que se trocavam longe de olhares curiosos, e estranho que é ver o crescer e o morrer de cumplicidades e encantamentos. Estas limpezas não são só um deitar fora porque está a mais ou já não serve para nada; são portas num labirinto infinito que abrimos e fechamos umas atrás das outras e que por mais que tranquemos e deitemos fora a chave, ficam lá sempre, como dizendo
"Por aqui não. Lembras-te?"

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