quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Não se perdeu nenhuma coisa em mim


Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.

Sophia de Mello Breyner Andresen

3 comentários:

intruso disse...

perde-se sempre alguma coisa em nós... a cada segundo, a cada zoom (a cada noite e a cada poente...)

o poema é lindo.

finalmentepaula disse...

perde-se ou transforma-se?........

dora disse...

obrigada. A literatura acontece quando os textos dizem de nós o que não conseguimos dizer. Este poema é assim...
guardei-o também no meu blog ( com referência a ti).