Não se perdeu nenhuma coisa em mim
Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.
Sophia de Mello Breyner Andresen
3 comentários:
perde-se sempre alguma coisa em nós... a cada segundo, a cada zoom (a cada noite e a cada poente...)
o poema é lindo.
perde-se ou transforma-se?........
obrigada. A literatura acontece quando os textos dizem de nós o que não conseguimos dizer. Este poema é assim...
guardei-o também no meu blog ( com referência a ti).
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